Informativo Técnico

Esmaltação de Cerâmica

 

O esmalte para cerâmica é um revestimento liso e cristalino aplicado a objetos de cerâmica, para adicionar cor e decoração à superfície ou para variar sua textura. O esmalte forma uma superfície dura e não porosa, de fácil limpeza.

 

Os esmaltes são geralmente feitos de pó de vidro combinado com óxidos coloridos de elementos como cobalto, cromo, manganês ou níquel, em suspensão em água. São aplicados nas superfícies cerâmicos por pulverização, com pincéis ou por banho.

 

Após a aplicação o esmalte é secado e fixado na superfície cerâmica por queima. Durante a queima, o vidro amolece e flui na superfície cerâmica, em toda sua extensão, reagindo com o substrato ( peça crua ) cerâmico para formar uma aderente e forte composição com a cerâmica. Vários componentes, como óxidos alcalinos, boratos e óxidos de chumbo podem ser adicionados ao esmalte, para torná-lo mais macio à uma temperatura menor, para que flua mais facilmente durante a queima e cubra rugosidades e defeitos na superfície cerâmica.

 

Se o esmalte é aplicado a um substrato cerâmico queimado, uma segunda queima é necessária para derreter e fundir o esmalte ao substrato.. É, também, possível aplicar o esmalte a uma cerâmica não queimada e queimar o esmalte e o substrato juntos. Com duas queimas é possível conseguir uma maior variação de cores e texturas.

 

A barbotina, ou massa líquida, na qual o esmalte é aplicado deve possuir propriedades específicas para garantir que o esmalte seja facilmente aplicado, não escorra na secagem, e tenha uma boa aderência, tanto quando úmido e após a secagem. Estas propriedades são freqüentemente obtidas pela adição de pequenas quantidades de argila à suspensão, e pelo controle da quantidade de água na argila líquida e do tamanho das partículas do pó de vidro. Detergentes ( agentes ativos de superfície orgânica ) podem ser adicionados à argila líquida para melhorar suas propriedades.

 

Muitas vezes cristais finos surgem no esmalte, tornando-o mais translúcido ou opaco. Os cristais, também, dão um acabamento fosco, ou opaco, à superfície. O aparecimento de cristais pode ser conseguido pelo aquecimento durante um período de tempo na queima à uma temperatura um pouco inferior à temperatura de queima.

 

O esmalte trinca, ou desenvolve pequenas trincas, se a expansão térmica do esmalte for significativamente diferente da do substrato. Por isso a composição do esmalte deve ser elaborada com um coeficiente de expansão próximo à aquele do substrato.

 

As cores são conseguidas pela adição de pigmentos coloridos aos componentes do esmalte. Uma grande variedade de cores podem ser obtidas, dependendo do agente adicionado, da composição da base do esmalte, da cor do substrato e do estado de oxidação do forno.

 

A variação da temperatura ambiente, e outras anomalias podem causar variações nas cores do esmalte de um lote para outro. E, mesmo na mesma queima podemos ter variações nas cores do esmalte, dependendo onde as peças estão localizadas em relação às áreas mais quentes e mais frias do forno.

 

Efeitos especiais, no esmalte, podem ser produzidos. Se adicionarmos sal no forno durante a queima, o esmalte desenvolve uma fina textura “casca de laranja” , a qual pode ser uniforme ou pontual. Um esmalte que escuma durante a queima forma uma superfície áspera com bolhas quebradas, conhecido como esmalte vesiculado.